O Paradoxo da Vida Aeróbica

Autores

  • Wagner de Jesus Pinto de Jesus Pinto UFAC (Universidade Federal do Acre)-CCSD (Centro de Ciências da Saúde e Desporto)
  • Carromberth Carioca Fernandes Universidade Federal do Acre-CCBN
  • Francisco Glauco de Araújo Santos Universidade Federal do Acre-CCBN
  • Rogério Freitas Lacerda Universidade Federal do Acre-CCBN
  • Rafael Ramón Rodrigues Treto Universidade Federal do Acre-CCSD

Palavras-chave:

Mitocôndria, radicais livres, fosforilação oxidativa, cadeia respiratória.

Resumo

Os radicais livres estão intimamente relacionados à vida aeróbica na Terra, seja ela vegetal ou animal, tal fato decorre da natureza química do oxigênio que, embora seja um poderoso oxidante, é quase impossível evitar reações de oxidação secundária, ou seja, oxidações não relacionadas aos processos bioquímicos de obtenção de ATP (Sorg, 2004). Embora existam outras fontes celulares de geração de radicais livres tais como as cicloxigenases e peroxissomas a maior parte é gerada na mitocôndria (Lambeth, 2004; Balaban et al., 2005). Em vários pontos ao longo da cadeia de citocromos, elétrons derivados do NADH ou do FADH podem reagir diretamente com o oxigênio dando origem a espécies reativas de oxigênio (ERO´s). Assim, a respiração celular aeróbica forneceu um ganho energético incomparavelmente superior aos processos fermentativos, contudo, conduziu as células a um ambiente altamente oxidante. Por essa razão, as células desenvolveram uma poderosa maquinaria enzimática antioxidante. Essa revisão trata da discussão aprofundada dos elementos e processos envolvidos na fosforilação oxidativa com enfoque na geração de ERO´s fornecendo assim um ponto de vista não convencional dos processos mitocondriais de obtenção de energia. Apresenta a utilização do oxigênio como aceptor final de elétrons em organismos aeróbios como uma saída bem sucedida para o desenvolvimento de organismos mais complexos, mas que, inexoravelmente conduz esses organismos a um colapso lento e progressivo uma vez que expõem as células a um ambiente fortemente oxidativo.

Biografia do Autor

Wagner de Jesus Pinto de Jesus Pinto, UFAC (Universidade Federal do Acre)-CCSD (Centro de Ciências da Saúde e Desporto)

Possui Mestrado e Doutorado em Biologia Funcional e Molecular obtido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) habilitado nas áreas de Bioquímica e Fisiologia Humana. Atualmente é professor Associado Doutor da Universidade Federal do Acre responsável pelas disciplinas de Bioquímica Geral e Fisiologia Médica no Centro de Ciências da Saúde e Desporto com maior participação nos cursos de nutrição, enfermagem e medicina. Tem experiência na área de Bioquímica metabólica e Fisiologia, atuando principalmente nos temas relacionados à topologia de proteínas e Fisiologia Endócrina.

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Publicado

2015-03-23

Edição

Seção

Artigo de Revisão