DODÔTE: A PERSONAGEM MELANCÓLICA DE REPOUSO DE CORNELIO PENNA

Autores

  • Luciana Brito Diretora e docente no CLCA da UENP - Universidade Estadual do norte do Paraná Docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UEL - Universidade Estadual de Londrina
  • Renata de Paula Ferreira Doutorada do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a personagem Dodôte, protagonista da obra Repouso (1948), de Cornelio Penna, enquanto sujeito melancólico. O olhar do melancólico perante o mundo é peculiar em relação ao das outras pessoas, seu posicionamento diante das ações também o é. Sua autoimagem melancólica pode ser elucidada pelo que Sigmund Freud, em sua obra Luto e melancolia, classificou com base nos seus estudos voltados ao superego. Para ele, a melancolia apresenta semelhança com o luto, muito embora seu diferencial fosse o de que a melancolia não tratasse necessariamente da perda, a não ser de uma perda narcisista. É a partir da visão de Dodôte que o romance se constrói e se tem o desvendamento da realidade, mesmo com a possibilidade dessa realidade ter sido modificada, pois se trata do olhar de um melancólico.

Biografia do Autor

Luciana Brito, Diretora e docente no CLCA da UENP - Universidade Estadual do norte do Paraná Docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UEL - Universidade Estadual de Londrina

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista, diretora e docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná e docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: lbrito@uenp.edu.br

Renata de Paula Ferreira, Doutorada do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina.

Pesquisadora do Grupo de Pesquisa/CNPQ "Leituras Literárias, Teoria Crítica, Análise e Ensino" 

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Publicado

2017-06-28

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Artigos