VITRINES DA CIDADE MODERNA: ESPAÇOS E SOCIABILIDADE NO PAISAGISMO DO PASSEIO PÚBLICO

Autores

  • Luciana Nascimento UFAC/UFRJ
  • Ricardo Prati Fernandes Escola de Bela artes da UFRJ. Aluno da Graduação de Paisagismo
  • Isaac Silva França Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Modernidade, cidade, literatura

Resumo

A modernidade, a revolução e a industrialização não se refletiram somente nas máquinas e arquitetura. A natureza, antes vista como um empecilho ao desenvolvimento volta a ter papel de destaque na cena urbana e passa a representar o progresso do homem, que molda e planeja o ambiente ao seu redor a fim de uma melhor qualidade de vida e no caso do Brasil, também, acompanhar o desenvolvimento das grandes metrópoles europeias, com seus grandes jardins e parques, símbolos do planejamento urbano e do ideal de beleza. O primeiro grande passo para a concepção de uma imagem funcional de desenvolvimento urbanístico e estético no Brasil foi a construção do Passeio Público do Rio de Janeiro, na época capital da colônia. Acompanhando o traçado europeu, o passeio modificou a vida do carioca, promovendo mais interação e dinamismo no lazer da população, até então muito limitado ao ambiente familiar e religioso. A construção desse espaço injetou, mesmo que timidamente, o gosto do progresso na cidade e instaurou uma sociabilidade maior entre os habitantes da cidade.

 O objetivo geral desse trabalho foi destacar a importância que o passeio público (primeiro jardim público do Brasil) teve na sociabilidade da Cidade do Rio de Janeiro e como ele influenciou os processos de revitalização e urbanização que se seguiram, além de mostrar a importância do paisagismo na concepção de espaços e como o planejamento adequado transforma uma cidade. Como objetivos específicos, mostramos como esse espaço livre público aparece na literatura do século XIX, em especial, em textos de Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar.

Biografia do Autor

Luciana Nascimento, UFAC/UFRJ

Docente do PPGL Linguagem e Identidade da UFAC. Docente do Departamento de Ciência da Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ.

Ricardo Prati Fernandes, Escola de Bela artes da UFRJ. Aluno da Graduação de Paisagismo

Bolsista do PIBIAC

Isaac Silva França, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduado em Letras, português/espanhol pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Discente de Língua e Literatura Italiana da UFRJ. Mestrando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UFRJ. Bolsista do PIBIAC-UFRJ-Programa Institucional de Bolsas de Iniciação artístico-cultural.

Referências

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Publicado

2018-07-27

Edição

Seção

Artigos